domingo, 23 de agosto de 2009

Confissão


Segundo Freud, a palavra cura, e é ela que nos faz humanos. É por isso que escrevo. Através da palavra, consigo me distanciar do que estou vivenciando e isso me torna capaz de dimensionar meus sentimentos.
Ouvi dizer que escrever pode resultar até em desdobramentos psicossomáticos, como por exemplo, o fortalecimento do sistema imunológico. De fato, sinto que me equilibro e me harmonizo através da escrita. E o registro do que estou sentindo é responsável pela organização interna do meu caos.
Esse contato comigo mesma não deixa de ser um desabafo. É também um processo difícil, pois “quem tenta, sabe. Perigo de mexer no que está oculto – e o mundo não está à tona, está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar,” diz Clarice Lispector.
Depois de escrever, no entanto, percebo que meus pensamentos e sentimentos ficam mais leves. Com a viuvez, fiquei com as emoções à flor da pele; porém, quando escrevo não sinto necessidade de ficar extravasando toda hora. É como se fosse descarregando meus sentimentos aos poucos. Não deixa de ser um caminho de autoconhecimento, de conquista de bem-estar, qualidade de vida e saúde, pode acreditar!
Tolstoi disse que “o segredo da felicidade não é fazer sempre o que se quer, mas querer sempre o que se faz.” E agora só quereria ser o que tivesse sido e não fui. Por isso, quero escrever sempre e cada vez mais!

2 comentários:

  1. Já tinha lido esse texto e te disse que havia gostado bastante. É uma forma diferente da tua habitual de transferir as idéias para o papel, e ainda que não seja um poema, é igualmente fluído.

    Bjos

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  2. Adorei Margarida ao Vento! Me sinto assim mesmo, como você descreveu!

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