sexta-feira, 29 de maio de 2009

Enlace


Eles se abraçam.
Ele abre seus braços em volta de seu corpo.
Ela se aninha entre seus braços.
Ela abre seus braços em volta de seu pescoço.
Ele descansa sua cabeça sobre seus braços.
Seus corpos se fundem transmitindo um calor inebriante.
E eles, perdidos no abraço.
No abraço que eterniza.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

RETO? CERTO?


O caminho reto é o certo?
Existe caminho inteiramente reto?
Existe caminho inteiramente certo?
Os caminhos são sinuosos.
As linhas são sinuosas.
Essa sinuosidade é que conta.
Essa diversidade é que encanta.
Caminhos longos e curtos, curvas e desvios .
Linhas grossas e finas, pontilhadas e quebradas.
Nada sempre é.
Às vezes é.
Às vezes não é.

Doeu? Eu faço!*


E hoje doeu, doeu fundo. Feriu meu mundo. Nas mesas do restaurante, poucos casais, mas muito distantes. Sequer um olhar...Dar a mão? Nem pensar! Entre uma e outra garfada, nenhuma palavra trocada. Coisa mais sem graça! Que vida é essa, sem conversa, nem promessa? Tudo às avessas! O garçom vai e vem, tenta, intervém. Mas qual o quê? Nada se vê. O jantar acaba. Acontece nada. A vida continua, nua, crua. A rotina impera, severa. Que fera! Mas, amanhã será outro dia! Com certeza, sem poesia, mas com muita melancolia. Oh vida vazia!

* Inspirado por Marcelino Freire

sábado, 23 de maio de 2009

Ser ou Estar?










Estou só.
Não sou só.
Estar só, não é ser só.
Ser só não pressupõe uma vida, um passado.
Estar só pressupõe uma vida, um passado.
Apesar de não ser só, e apenas estar só, muitas vezes sinto-me só,
o que não é ser só.
Sentir não é ser.
Sentir tem relação com sentimento.
Ser tem relação com realidade.
Nem sempre o sentimento é real.
Nem sempre se consegue sentir a realidade.
É o fato de estar.
Estado é sentimento ou realidade?
Estado não estaria mais para realidade do que para sentimento?
Aonde quero chegar com essas reflexões?
Quero apenas registrar que estou só.
Estou só.
Eu só.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Nuvem, Mar





A nuvem negra
impede minha visão.
Desaparece
quando a chuva cai
.
O mar revolto
banha a praia deserta
levando os sonhos
para bem longe

Ventania










Vento, ventania
zumbindo meus ouvidos,
ameaçador
frio e forte.

Vento, ventania
arrastando o que vê,
deixando lixo,
destruição, dor.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Liberdade


Valor precioso que abre diferentes caminhos, que expõe grandes desafios, que conduz a novos objetivos, que mostra diversas escolhas, que amedronta muitos iniciantes.
Valor precioso que não existe sem responsabilidade consciente, sem perseverança continuada, sem crença positiva, sem limites razoáveis.
Liberdade não é simplesmente fazer o que se quer, mas o que sempre for adequado para você, sendo consistente com seus sonhos, sem prejudicar ninguém ou coisa alguma.
Liberdade é apenas ser capaz de ir atrás, sem ter que dar explicações óbvias a ninguém; ser capaz de mostrar para você que é esse o caminho certo
.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Fim da estrada









Tenho conhecimento, portanto meios para entender.
Tenho sentimentos, portanto desculpas para sentir.
Tenho sabedoria, portanto razões para viver.
Tenho pensamentos, portanto ideias para exprimir.
Tenho amor, portanto amigos com quem compartilhar.

Vou aumentar o meu conhecimento.
Vou usar a minha sabedoria.
Vou expressar todo o meu sentimento.
Vou escrever as idéias e pensamentos com maestria.
Vou compartilhar meu amor com os amigos.

Andarei por um seguro terreno,
onde o cuidado estará atento
e onde olharei e verei com clareza
os amigos, o caminho e a beleza.

Chegarei ao fim da estrada
levando tudo ou nada.
E a vida terá sido vivida,
Multiplicada e dividida.

domingo, 3 de maio de 2009

Palavra (En)cantada








Palavras
Cantadas e escritas
Faladas e repetidas.

Sons
Harmonizados e ouvidos
Tocados e descritos.

Sons e palavras
Música e poesia
Combinados com maestria.

Poesia ou letra de música
Formada e transformada
Palavra cantada e encantada.

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Mineira









Mineira.
Por natureza, desconfiada.
Por tradição, conservadora.
Pelo sangue, política.

Desconfiada
de tudo e de todos,
sem motivo.

Conservadora,
mas de uma tradição contemporânea,
consciente.

Política,
no bom sentido da palavra,
correndo nas veias.

Mineira.
Orgulhosa de suas raízes,
praticante de seus lemas,
fiel aos seus ideais.

Raízes
obstinadamente plantadas.

Lemas
incondicionalmente seguidos.

Ideais
lealmente transmitidos.

Mineira.
Internamente mineira.
Externamente mineira.
Inteiramente mineira.

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Texto originalmente publicado na internet em 18.04.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

Saudade 2








Saudade é o amor que fica;
que fica para você reviver
os bons momentos que não mais voltarão;
que fica para trazer a lembrança
do que já não mais se viverá;
que fica para fazer o coração sangrar
pela dor da partida.
Saudade que traz o vazio
da falta de alguém.
Mas que também bafeja uma brisa
alentadora que acalma.

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Texto originalmente publicado na internet em 04.04.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

A terceira margem








Rio correndo,
mas canoa parada.
Meu pai morrendo,
a mãe calada.

Eu preocupado
tentando me contatar.
Meu pai calado,
rio correndo.

Família muda,
todos se esquecendo.
Eu preocupado,
rio correndo.

Não é primeira
nem mesmo a segunda.
É a terceira.
Misteriosa!

Remota, longe,
como tentar chegar lá?
É deixar-se vir
para depois ir.

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Texto originalmente publicado na internet em 02.04.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

Missing you








Missing you
when waking up
in the morning

Missing you
during my activities
in the afternoon

Missing you
at the end of a busy day
in the evening

Missing you
in the silence of my room
at night

Missing you
at all moments
important or not

Missing you
often, always
forever and ever
Missing you so much!

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Texto originalmente publicado na internet em 22.03.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

Um ano sem você!










Um ano sem você!

Doze longos meses sem o ver,
sem escutar sua voz,
sem provar seus beijos,
sem receber seu carinho,
sem sentir seu calor…

365 longos dias sem seu olhar recriminador, mas intenso e sedutor,
sem suas palavras lógicas, mas verdadeiras e convincentes,
sem suas mãos já trêmulas, mas macias e sábias,
sem seu corpo já maduro, mas acolhedor e protetor,
sem seus beijos sempre sensuais e envolventes…

8760 longas horas sem você!
Como sobreviver sem tudo isso?
Como sobreviver a tantas lembranças paradoxais?
Como sobreviver a tantos momentos de solidão?

Como viver sem você?

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Texto originalmente publicado na internet em 16.03.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

Mulher









Mulher,
guerreira, determinada, autêntica, independente,
mas também
sensível, amorosa, dedicada, generosa.

Mulher,
que enfrentou a luta pelos direitos da cidadania,
que soube conciliar a jornada dupla,
que amou e educou seus filhos para o futuro,
que se inteirou e participou da vida sócio-política do país,
que alimentou a relação navegando pelas posições de sujeito e objeto.

Mulher,
sua função é preponderante,
sua influência é fundamental,
seu lugar é insubstituível,
seu rastro é indelével.

Mulher,
você é um ser especial.

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Texto originalmente publicado na internet em 08.03.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

Que vida é essa?








Que vida é essa que, quando menos se espera, nos prega peças?
Que nos faz sonhar com o que nunca virá?
Que nos deixa lembranças que jamais voltarão a ser realidade?
Que parece nos prometer tudo e, de repente, nos deixa sem nada?
Que, de um momento para o outro, nos impõe viver a solidão com estoicismo?
Entretanto, quem sabe não existe esperança? Pois, conforme já disseram “A vida é curta, mas as emoções que podemos deixar duram uma eternidade.”

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Texto originalmente publicado na internet em 05.03.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

Carnaval










Que carnaval é esse?

Antes era folia,
agora é orgia.

Antes era malemolência,
agora é violência.

Antes era fantasia elaborada,
agora são trapos ou quase nada.

Antes era desfile e cortejo,
agora é só remelexo sem pejo.

Antes era lança-perfume, serpentina e confete,
agora é bebida, cocaína e pivete.

Que carnaval é esse?

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Texto originalmente publicado na internet em 19.02.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

Amar é...


Como já disse o poeta, “É impossível ser feliz sozinho” e “O amor só é bom se doer”, portanto…
Amar é sofrer e chorar, mas é viver! Amar é ter ciúmes e ficar magoada, mas é viver! Amar é cuidar e abdicar de algumas coisas, mas é viver!
Quando a gente perde o amor e fica sozinha, apenas com as lembranças, ainda assim é viver!
De que adiantaria não sofrer, não chorar, não ter ciúmes, não ficar magoada, não cuidar e não ter que abdicar de nada, mas não viver?
Pois como já disseram, “Viver sem amar não é realmente viver” e “A medida do amor é amar sem medida.”

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Texto originalmente publicado na internet em 10.02.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

Mixed feelings


1942……. it was wartime, a frightening time!
I lived in Rio very near the fort in Copacabana, and I was four years old.
Wartime, a frightening time…what did it mean to a four-year-old girl? Very little indeed…

1942…..I was going to school for the first time. I was still the only child, and I felt very lonesome.
School time, an exciting time……it meant a lot to a four-year-old
girl!
My days were very pleasurable! My school was at a walking distance from my apartment….
___ Mom, I’m so happy! I want to make many friends. You gonna pick me up at
school? Can I have an ice-cream then?
___ Sure! You’re going to make lots of friends! I’ll pick you up, and you’ll have your
favorite ice-cream, right?

At school, I unveiled myself. At home, I was very withdrawn, but at school, I became increasingly outgoing. It was delightful, relaxing and safe the time I would spend there! However,…….it was wartime! And……at 10:00 o’clock pm, a soldier would play the cornet to announce the curfew.

It’s 10:00! That terrifying sound enters my ears. It’s threatening, and I don’t like it. There must be a reason…
I see my mom drawing the black curtains, and I’m scared. I don’t understand it. Why is that so? There must be a reason…
I touch my pillow, and it feels cold. I have no support, and I fear it.
My mouth is dry, and there’s a sour flavor in it. I need some water, but…how am I going to get it? How can I cross the living-room to the kitchen? I’m petrified!

A lot of words are puzzling me. I can’t get their real meaning. They sound very eerie to a four-year-old girl! War…invasion…Nazis…blackout…fifth column…and so on. I wish I could understand it all!
How mixed my feelings are! Feeling exhilarating during the day and terrorized at night!

These memories still play an important role in my life! And, today…….I was completely captured by them!

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Texto originalmente publicado na internet em 05.02.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

Será?


Quantas vezes andamos em volta de casa, com as mãos entrelaçadas, fazendo planos para o futuro! Várias outras vezes, cruzamos com casais de velhinhos dando voltas e com as mãos entrelaçadas como nós. E sempre eu lhe perguntava “será que vamos estar assim quando estivermos velhinhos?” E ele, sempre espirituoso, respondia “se eu aguentar até lá…”

Hoje, quando cruzo com um casal de velhinhos passeando, com as mãos entrelaçadas, não consigo conter as lágrimas. Vem uma saudade imensa, uma dor intensa e uma vontade enorme de fazer o mundo parar e voltar para trás…


No entanto, como a vida é bem feita, para vivermos bem, vivemos nos enganando e fazendo o jogo do contente. Então, fico a pensar que, talvez, tenha sido melhor não nos termos visto com mais idade.
Os quilos a mais, as rugas, a flacidez da pele, a rigidez das articulações, as várias dores, as falhas de memória, enfim tudo o que é inexorável, inevitável, impiedoso e cruel na velhice nos foi poupado.

Você levou uma imagem de mim e eu fiquei com uma imagem sua, imagens ainda bem boas. Será que foi melhor? Será?


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Texto originalmente publicado na internet em 04.02.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br

Indagações








Será a morte a única certeza definida?
Será a morte uma lição de vida?
Será a morte o encontro com a eternidade?
Será a morte uma dura realidade?

Será que esse ir embora é apenas imaginação?
Será que isso tem realmente explicação?
Será que a explicação nos satisfaz?
Será que a gente aceita e se refaz?

A morte não tem explicação
por maior que seja a aceitação.
A morte nos leva o ente querido,
antes de termos tudo vivido.

A morte nos rouba a esperança.
A morte nos deixa a lembrança
de alguém muito amado,
que sempre será lembrado.


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Texto originalmente publicado na internet em 22.01.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br

Noites longas, longas noites...


Toen…Toen… Duas horas da manhã! Não consigo dormir! Remorsos insistentes e infundados vêm e vão, vêm e vão… Culpas persistentes e imotivadas querem sempre voltar… Ciúmes impertinentes e não causados exigem permanecer…Remorsos, culpas e ciúmes sempre tentando fazer morada em mim!

Toen…Toen…Toen… Três horas da manhã! O sono restaurador me espreita de longe. Não tem coragem de se aproximar e aplacar minha mente inquieta. Pensamentos, aflições, palavras, carinhos e olhares surgem apressados, intensos, incompreensíveis, sutis, misteriosos…

Toen…Toen…Toen…Toen… Quatro horas da manhã! Viro de um lado para o outro. Cubro, descubro, suo, sinto frio… E então, com nitidez cristalina, ouço as palavras, sem sabê-las últimas. Sinto as mãos entrelaçadas, sem perceber o frio se aproximando. Ajeito a cabeça sobre o travesseiro e o corpo sob o lençol, sem notar a rigidez iminente. Inicio uma conversa, ou melhor, um monólogo ao pé do ouvido com pedidos de perdão pelas faltas de paciência, pelos momentos de irritação e pelo cansaço constante. Ring…Ring… Ring…toca o telefone como que a me avisar do inevitável. Olho em sua direção e vejo que ele abre os olhos, me olha __ que olhar profundo, cheio de indagações e medo! __ parecendo dizer adeus e suspira…

Toen…Toen…Toen…Toen…Toen… Cinco horas da manhã! Suada, confusa e exausta adormeço sem nem perceber….

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Texto originalmente publicado na internet em 13.01.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/



Meus queridos amigos










se alguém lhe emprestar o ombro amigo,

onde você possa chorar as mágoas,
se alguém lhe oferecer a mão segura
para lhe ajudar a cruzar os obstáculos,
se alguém lhe dirigir o olhar encorajador
que o faça seguir adiante,
se alguém lhe der um abraço apertado
que lhe comunique aprovação,
se alguém sorrir com sinceridade
transmitindo-lhe confiança,
se você se deparar com qualquer
uma dessas alternativas,
Pode estar certo de que você tem um amigo.
Guarde-o com carinho dentro do coração.
Alimente-o com tudo que dele recebeu.
Divida-o com os outros amigos,
pois a amizade pressupõe multiplicação.
É diferente do amor que demanda exclusividade.

Meus queridos amigos,
espero que vocês se reconheçam nessas palavras.
Meu coração agradece tudo que vocês me
emprestaram, ofereceram, dirigiram e deram este ano que passou.
Que possamos continuar juntos por muito tempo ainda,
experimentando essa deliciosa convivência de amizade sincera.

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Texto originalmente publicado na internet em 06.01.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br

Fim de ano








Sinos repicando,
todos cantando
Noite Feliz!

Lembranças embrulhadas,
logo apos, desvendadas
Feliz Natal!

Rolhas estourando,
champanhe borbulhando
Feliz Ano Novo!

Desavenças afastadas,
promessas resgatadas
Feliz 2009!

Adeus doença e tristeza.
Adeus amarga realidade.
Adeus tenebroso 2008!

Bem vindas saúde e alegria.
Bem vindas paz e felicidade.
Bem vindo auspicioso 2009!

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Texto originalmente publicado na internet em 06.01.2009 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br

Meu momento











O caminho percorrido.
O objetivo alcançado.
O dever cumprido.
O sonho realizado.

As incompreensões desfeitas.
As amizades reatadas.
As intenções refeitas.
As ameaças afastadas.

O tempo passando com pressa.
A saudade machucando profundamente.
E as lembranças surgindo constantemente.

A família vivendo unida.
A idade assumida com prazer.
E a vida vivida para valer.


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Texto originalmente publicado na internet em 21.12.2008 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br

First exercise on poetry (1990)










The bright light of the sun,

shining over the green mountain,
spotted a happy fat nun
singing psalms near the fountain.

The faint light of dusk,
dimming over the grey hill,
protected a tired old cuss
working overtime at the mill.

The dark light of night,
nesting over the black valley,
concealed a helpless young bride
walking lonely along the alley

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Texto originalmente publicado na internet em 11.12.2008 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br

Encontro não marcado








Olho para dentro de mim e,

amedrontada, me enxergo através de meus olhos.
Ouço os sons que emito e,
surpreendida, me escuto através de meus ouvidos.
Falo tão somente o que penso e,
admirada, me entendo através de minhas palavras.
Escrevo apenas o que sinto e,
maravilhada, me descubro através de minha escrita;
fala, sons e visões povoam minha mente fervilhante.

Encontro-me comigo mesma,
com o meu eu mais puro.
É o encontro não marcado, mas inacabado,
não doloroso, mas prazeroso,
não destrutivo, mas produtivo.
É o encontro inicial e essencial
do meu “eu ser” com o meu “eu viver”.
Viver para escrever,
coragem para escrever,
escrever para valer,
escrever para não morrer!


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Texto originalmente publicado na internet em 07.12.2008 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br

Massagem da Flávia








Pedras quentes,
óleo escorregadio,
mãos ágeis e delicadas.
Primeiro, pés e pernas.
Depois, mãos e braços.
Por fim, ombros, pescoço e tórax,
todas as partes frontais acordadas.

Pedras quentes,
óleo escorregadio,
mãos ágeis e delicadas.
Seguindo a mesma ordem,
após a sensação térmica
e o deslizar do óleo,
todas as partes dorsais vivificadas.

O toque forte e viril das pedras quentes,
o toque profundo e sutil das mãos oleosas
deixam indeléveis vestígios de vida
e duradouras emoções prazerosas.

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Texto originalmente publicado na internet em 06.12.2008 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br

My one and only love








Now, let’s celebrate,

as perfect mates,

your birthday!

Honey, where are you?
I’ll always love you,
you know that!

Nowhere and no time,
you’ll ever be mine forever!

In the silent night
and wandering by,
I see you!

Up there and above,
lies our constant love
watching us!

Lets’ not say good bye,
know you’ll be nearby forever!

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Texto originalmente publicado na internet em 03.12.2008 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br

Uma curva no caminho








Uma curva no caminho não é uma pedra no caminho.


Uma curva no caminho é um desvio do caminho.

Uma pedra no caminho é um obstáculo.

Um desvio do caminho é uma alternativa de caminho.

Curva, pedra, desvio, obstáculo e alternativa

Podem levar a um caminho diferente?


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Texto originalmente publicado na internet em 01.12.2008 em
http://margaridasaovento.blog.terra.com.br

Dez vezes sete


“Quantos anos, vó?”
“70,” respondi.
“Vó, mas não é conta de mentiroso? por causa que tem o 7…”
“Não, não é. Mas bem que poderia ser…”

Pensando bem, seria dez vezes mais mentirosa….Que maravilha!
Já pensou ter tolerância 100, poder dizer o que pensa, poder fazer o que quer, tudo mas TUDO, sem se preocupar com o que os outros vão pensar?
A idade da razão é aos 8, portanto aos 7, não há razão nenhuma…E aos dez vezes sete? Que razão poderia haver? Dez vezes menos razão, não é mesmo?
Idade da bênção, idade do prazer sem limite, idade da mentira travestida de verdade, idade da “felizidade”….
Companheiros do mesmo barco, aproveitem! Essa é a hora! E, lembrem-se: “Podemos!” “Yes, we can!”

“Vó, vai ter bolo?”

“Vó, acorda! Vai ter bolo?”
“Vai. Quem sabe um bolinho?”
“Ah não, vó! Bolinho não! Faz um bolo dez vezes…”

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Texto originalmente publicado na internet em 25.11.2008 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

Como defender o meu nome


Não sou Waldete com W e, sim, Daisy com Y no final.
Tenho vários pseudônimos como o Ignácio de Loyola Brandão: Deise, Deize, Deisy, Deizy, Dayse, Daysy, Daysi. No entanto, sou Daisy com Y no final, e está acabado!

Mas quem é essa Daisy com Y no final?

Uma menina curiosa e inquiridora, constantemente abafada por uma mãe firme, racional e lutadora que já havia ajudado a criar seus irmãos, o que a fez contida e rígida.
Uma menina sonhadora e romântica, sempre alimentada por um pai erudito, poeta e bon vivant, que a incentivou a ler e a aproveitar o que a vida tem de bom.
Uma menina estudiosa e eclética, buscando continuamente conhecer e aprender coisas diferentes e interessantes.

Uma adolescente inquieta e agitada, cercada de amigas e amigos que se encontravam quase todos os sábados para um arrasta-pé.
Uma adolescente rebelde e decidida que, por conta de regras sociais vigentes, se viu obrigada a seguir planos pré-estabelecidos.

Uma jovem mineira tradicional que encontrou um paulista quatrocentão, casou-se e veio para São Paulo sem conhecer ninguém.

Uma mulher determinada e dedicada que teve três filhas em quatro anos, e que viveu para elas durante uns dez anos sem pensar em si própria.
Uma mulher que, aos 37 anos, decidiu que era chegada sua hora e sua vez, e partiu para a luta; luta sim, pois não foi fácil convencer o marido de que ela também tinha direito a uma carreira.
Uma mulher que lecionou por mais de 25 anos, cercada de jovens sonhadores, curiosos e inquietos como ela.

Uma senhora que, aos 63 anos, realizando um sonho embalado por muitos anos, teve a coragem de mudar-se para os Estados Unidos com o marido, para ajudar uma das filhas a abrir uma firma de exportação.
Uma senhora que, após um diagnóstico agourento, cuidou do marido por quase dois anos, deixando de lado todos os outros planos.

Uma viúva que, tendo vivido o luto intensamente, resolveu abraçar os sonhos deixados no acostamento da estrada da vida.

Mas, sobretudo, essa mulher é a Daisy com Y no final e não se fala mais nisso!

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Texto originalmente publicado na internet em 23.11.2008 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

Saudade








Saudade, quanta saudade!

Saudade do que não foi,
Saudade do que não mais será.

Saudade do que não foi dito,
Saudade do que não mais será dito.

Saudade do que não foi ouvido,
Saudade do que não mais será ouvido.

Saudade do que não foi visto,
Saudade do que não mais será visto.

Saudade, quanta saudade!

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Texto originalmente publicado na internet em 20.11.2008 em
http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/

Meu leitor amigo


Esse cumprimento me leva a assumir que vou escrever alguma coisa para alguém ler. Será que terei coragem de escrever? Será que alguém vai querer ler o que eu escrever?

Meu leitor amigo, posso chamá-lo de “meu” leitor? Com certeza você não é só meu; é de muitos outros escritores também. Êpa!! Já me classifiquei como escritora….Bem, deixando a modéstia de lado, para que seja meu leitor, antes de mais nada, preciso confessar-lhe um segredo: estou dando os primeiros passos neste caminho que sei longo e árduo, mas prazeroso e gratificante. O que faz com que eu tenha que contar com sua tolerância, paciência, compreensão e, sobretudo, sua crítica construtiva. Tudo isso vai ser incentivo para que eu continue na busca da palavra certa e mágica que vai seduzi-lo, e na busca da trama atrativa e envolvente que vai cativá-lo.

Meu leitor amigo, você é meu amigo também? Sei que não é amigo de todos, só de alguns. Para que seja meu amigo, preciso abrir-me com você; preciso criar uma intimidade confortável entre nós; preciso que me aceite como sou. Não é assim o amigo? E diante de você, meu amigo, não terei medo de colocar no papel tudo o que estiver sentindo, pois sei que me entenderá. E se não me entender, terá a habilidade de, pelo menos, não me rejeitar.

Meu querido leitor amigo, sinto que o estou conquistando. Você não imagina que sensação agradável de sabê-lo, leitor, amigo e, sobretudo, querido!
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Texto originalmente publicado na internet em 20.11.2008 em http://margaridasaovento.blog.terra.com.br/
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